Manifesto do Sonho – Wellington Gadelha (Brasil)
AdF.22 –“Manifesto do Sonho” é uma animação-vídeo/sonora-performática que propõe um instante poético de um mensageiro negro-favelado e nordestino. Em um fluxo marginal vertiginoso, feito mormaço-visual/sonoro de um Ceará Profundo, encruzamos as fronteiras de imagens, beats e flows no anúncio de um manifesto onírico. A denúncia do assombro é o anúncio do sonho! O terror, o medo e os desgovernos pirangueiros não tomarão de conta. Não cobrirá os nossos olhos. Não passará da cerca, pois o terreiro do lado de cá se mantém aberto para brincadeira vibrar!
Concepção, texto e narração: Wellington Gadelha | Produção musical: Emiciomar | Produção visual e ilustração: Fluxo Marginal | Trilha e materialidades sonoras: Eric Barbosa | Foto-imagem: Kambô | Captação de imagem: Priscilla Sousa, Roger Pires, Gustavo Portela, Coletivo.DoisVetim | Produção: Plataforma Afrontamento
Agradecimentos: Comunidade Remanescente Quilombola de Água Preta |Comunidade Indígena Pitaguary e Tremembé da Barra do Mundaú | Terreiro das Pretas | Grunec | Mestre Tarina | Mestre Antônio e o Reisado de Caretas | Mestre Françuli | Rabelo | Dim Briquedim | Alécio Fernandes | Georgiane Carvalho | Kiko Alves | Andréa Bardawil | Priscilla Sousa | Barraca Foi Sol | Projeto Soulest | Abrigo Plataforma | Pipa e Arte | Chocolate Pipas | Varanda Criativa | Veiculosur | Centro Cultural Porto Dragão | Hub Cultural Do Ceará | Centre National de la Danse (Cn D) | Porosus Fonds de Dotation | Festival Novas Frequências | Festival Panorama
Exibição: de 19 de janeiro (18h) a 23 de janeiro (18h).
Duração: 30 minutos
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(…) e foi assim que os cavaleiros resgataram as princesas sem vender-lhes preservativos – Yenny Paola Agudelo e Any Correa (Colômbia)
O que é o corpo da mulher na América Latina?
Uma imagem.
Uma palavra.
Um estereótipo?
Algumas mulheres dramaturgas na América Latina refletiram em seus textos sobre como é ser mulher hoje, no continente, em meio à guerra, em países pobres, ou simplesmente em seus próprios contextos. Entretanto, não é através da dramaturgia que o mundo é ordenado. Isso se dá através de outras questões (…) Textos, rituais, palavras, notícias, canções, propagandas, atitudes, fotos e referências sociais… É assim que a maioria de nós lê o mundo, e não simplesmente através da dramaturgia.
Esta palestra-performance visa abrir reflexões sobre algumas concepções do que é ser mulher na América Latina e também apresentar fragmentos de textos dramatúrgicos de algumas autoras do continente.
Texto e direção: Yenny Paola Agudelo | Elenco: Yenny Paola Agudelo e Any Correa
Exibição: de 21 de janeiro (18h) a 25 de janeiro (18h).
Duração: 50 minutos
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Violência Idiota – Carolina Nóbrega e Bruna Lessa (Brasil)
Em Violência Idiota, Bruna Lessa e Carolina Nóbrega se deslocam em um universo de telas, cabeamentos e microfones. Falam sobre como corpos nunca mais foram os mesmos depois de torrentes de MEMEs e seus correlatos. Pessoas são ciborgues formulando comunidades políticas de vísceras e dígitos. Esses corpos-com-celulares-e-com-computadores-e-com-televisores-e-com-câmeras que somos. A internet não é uma coisa confinada em telas. Porque imagens virais são imitadas por turbas em grandes avenidas. E tem a deep web. O fascismo curte essas esquinas. Nos sábados, no chan, compartilham imagens de gatinhos. Um gatinho leva a outro e a outro e a outro. Nos outros dias se planejam massacres. Umas normas são criadas por alguns círculos mais restritos de pessoas, que podem incluir até uns adolescentes antissociais. De repente essas regras definem as palavras que saem da sua boca. Mas palavras não saem mais da sua boca. Palavras saem de seus dedos. Kkkkrying. Todos os seus argumentos cuidadosamente escolhidos podem ser ignorados. Quanto mais você se esforçar, mais você vai fracassar. Se você fracassar em proporções épicas, será uma vitória. Quanto mais você odeia algo, mais forte esse algo se torna. CAPSLOCK É PILOTO AUTOMÁTICO PARA O COOL. O Copy-Paste veio arruinar o último lastro de originalidade. O Copy-Paste veio arruinar o último lastro de originalidade. O Copy-Paste veio arruinar o último lastro de originalidade. 90% é matéria de pesadelos.
Concepção Geral: Carolina Nóbrega | Texto: Carolina Nóbrega | Pesquisa YouTube: Carolina Nóbrega e Bruna Lessa | Edição: Bruna Lessa | Câmera e Iluminação: Bruna Lessa | Performance: Bruna Lessa e Carolina Nóbrega | Apoio: Galpão do Folias
Crédito das imagens: Fotos de Cícero Rodrigues da palestra-performance “A Obsessão Fálica ou Pornoterrorismo à Brasileira”, de Carolina, realizada em 2019 no Teatro Cacilda Becker.
Exibição: de 23 de janeiro (18h) a 27 de janeiro (18h).
Duração: 30 minutos
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MULTIVERSIDADE – Rogério Nuno Costa (Portugal)
MULTIVERSIDADE propõe a produção e apresentação de um discurso especulativo e “pós-ficcional” que ambiciona a previsão do futuro da Universidade através do exercício queer da falha, enquanto dispositivo de resistência (anti-corporativa/capitalista e anti-heteronormativa) aos atuais modelos hegemônicos de produção de conhecimento.
Apresentada provisoriamente na Rua das Gaivotas 6 em maio de 2021, a palestra-performance constrói-se a partir da teatralização de uma comunicação científica “light”, na senda de uma TED talk de inspiração motivacional para ser difundida acriticamente nas redes sociais, confrontando o status quo da pós-verdade, da massificação e da hiper-especialização. A defesa de uma tese (enquanto performance) estruturada em torno de várias teorias científicas, pseudo-científicas, para-científicas e anti-científicas que efabulam alternativas utópicas aos modelos educacionais ultra-liberais, confrontando-os com a possibilidade de uma “universidade de múltiplos”, uma meta-universidade, ou uma multiversidade.
O projeto consubstancia um dos resultados práticos da bolsa de investigação “Reclamar Tempo” que foi atribuída em 2020 pelo Teatro Municipal do Porto, fazendo a súmula de um conjunto de contribuições e colaborações acumuladas em processos de trabalho experimentais/laboratoriais.
Texto, performance e edição: Rogério Nuno Costa | Sound art e Design gráfico: Jani Nummela
MULTIVERSIDADE é um projeto co-financiado pelos programas Aalto Arts, Department of Art Grants (Aalto University, Finlândia), Reclamar Tempo (Teatro Municipal do Porto) e Garantir Cultura/Fundo de Fomento Cultural (Portugal). Residências: Kallio Stage (Helsínquia, 2020) e CAMPUS Paulo Cunha e Silva (Porto, 2021). Apoio: Rua das Gaivotas 6 (Lisboa). Laboratórios: ArtEZ University of the Arts (Arnhem), Circular – Festival de Artes Performativas de Vila do Conde, E-motional | Re-Thinking Dance (Bucareste), Arthouse/Aalto University (Espoo), Porta33 (Funchal), Creative Commons Global Summit (Toronto), Núcleo de Investigação em Estudos Performativos da Universidade do Minho (Guimarães), Centro em Movimento (Lisboa). Apoio à produção: Ballet Contemporâneo do Norte | Artista Associado (Sta. Maria da Feira).
O projeto global será concluído em 2023 com uma publicação retrospectiva e a edificação física de uma “multiversidade” (precária, temporária e peripatética) nas cidades do Porto e Helsínquia.
Exibição: de 25 de janeiro (18h) a 29 de janeiro (18h).
Duração: 60 minutos
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Poesia como método de pensamento prático experimental – Francisco Mallmann e Miro Spinelli (Brasil)
“Poesia como método de pensamento prático experimental” é a feitura de um método – ou o método fazendo a si mesmo enquanto tentamos escrevê-lo, tencionamos praticá-lo. É uma coleção de fragmentos poéticos, anotações, citações, vozes, silêncios e outros sons. São imagens fugitivas capturadas através de experimentos práticos/plásticos com uma coleção de palavras e coisas que formam o corpo da palestra-performance.
Ao invés de procurar por uma definição, praticamos a poesia como uma função da linguagem, um modo de discurso que resiste à definição porque, assim como a performance, age colocando constante e infinita pressão nas bordas da própria linguagem. Interessa-nos especialmente quando sua ação se dá através da obscuridade ao invés da claridade, do desvio ao invés de rota reta. Por isso, fazemos da escuridão uma aprendizagem dos sentidos que nos leva a agir para além do pensamento moderno-colonial e de um campo visual racialmente saturado – que se dá, sobretudo, via a primazia do olhar como principal experiência do mundo e da luz como modo de saber-poder hegemônico. É o interesse pelo breu que nos guia rumo às cintilâncias que este mesmo modo ofusca.
Poemas: Francisco Mallmann e Miro Spinelli | Imagens: Francisco Mallmann, Luciano Faccini e Miro Spinelli | Montagem: Miro Spinelli | Som: Luciano Faccini
Exibição: de 27 de janeiro (18h) a 31 de janeiro (18h).
Duração: 40 minutos
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Conxerta para un bosque (ou de como as formigas soam quando defendem o seu território) – Coletivo MUTANTE interlab (México)
Uma etóloga parasita seu próprio discurso científico com onomatopeias de espécies não humanas e sons da natureza, poemas e vídeos.
Através da escuta atenta dos ecossistemas e da tradução de seus sons em onomatopeias, uma cientista, junto a um músico, um bonsai e uma samambaia, apresentam uma investigação primatológica com interferências de imagens estáticas, imagens em movimento, poemas e sons diretos de espécies ameaçadas de extinção: macacos uivadores, baleias-jubarte cooperando e fazendo uma rede de bolhas para se alimentarem, musgos crescendo e gorilas de montanha brincando.
As hierarquias do discurso científico se confundem para dar lugar ao conhecimento do não-humano como forma de atravessar simbolicamente nossos corpos e explorar outras formas de comunicação. A palestra-performance é também uma homenagem a todos, todas e todes aqueles que defendem o seu território (humanos e não humanos). Esta é uma criação do coletivo MUTANTE interlab que explora as sonoridades dos não humanos (aves, mamíferos, moluscos) e suas engenhosas conexões com o ambiente que os rodeia.
Ideia original: Eréndira Gómez | Texto: Eréndira Gómez e Gustavo Schaar | Direção: Gustavo Schaar | Produção: MUTANTE Interlab | Musicalização: Osiris Alcántara | Colaboração interespécies: Bonsai Junípero Juniperus communis, Samambaia Ninho-de-passarinho Nephrolepis exaltata, Macacos uivadores Alouatta palliata e Baleias-jubarte Megaptera novaeangliae
Exibição: de 29 de janeiro (18h) a 02 de fevereiro (18h).
Duração: 30 minutos
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Fóssil – Rita Natálio (Portugal)
“Fóssil” é a continuação da série de palestras-performances de Rita Natálio iniciadas com “Antropocenas”/2017 (colaboração com João dos Santos Martins) e “Geofagia”/2018 em torno das relações entre linguagem e geologia.
Aqui se constrói um fóssil do extrativismo contemporâneo, refletindo sobre como a geologia e os processos que ocorrem “dentro da terra” estão inscritos e se inscrevem na história humana. Se a figura do zombie foi central para entender o funcionamento do capitalismo e do conceito de biopolítica no século XX, a figura do fóssil – o que é extraído da terra e que acumula tempo ou história – convida hoje a pensar sobre a crise generalizada que muites têm chamado de Antropoceno.
“Fóssil” convive com uma série de trabalhos do artista visual Hugo Canoilas, proposta que surgiu do convite do Atelier-Museu Júlio Pomar para uma performance no fecho da exposição “Antes do Início e Depois do Fim”, comissariada por Sara António Matos e Pedro Faro. A performance foi também apresentada no contexto da rede Terra Batida, uma rede de pessoas, práticas e saberes em disputa com formas de violência ecológica e políticas de abandono.
Na versão online, propõe-se uma colagem e adaptação do projeto original ao formato online, recorrendo a diferentes formatos de documentação.
Performance e texto: Rita Natálio | Som: Rui Antunes e João Diogo Pratas | Pintura e escultura: Hugo Canoilas | Documentação vídeo usada na versão online: Claraluz Keiser, Luísa Homem, Frederico Baptista/Egeac, Rita Natálio | Diálogos textuais: Elizabeth Povinelli, Katryn Yussof, Karen Pinkus, Malcolm Ferdinand, Miguel Rego, Jornal Mapa | Tradução: Tiffany Higgins | Assistência artística: João dos Santos Martins | Produção: Associação Parasita | Ensaios e residências: MDance, Espaço Alkantara, Estúdios Victor Cordon, PENHA SCO. | Apoio: Fundação Calouste Gulbenkian, Atelier-Museu Júlio Pomar
Exibição: de 31 de janeiro (18h) a 04 de fevereiro (18h).
Duração: 40 minutos
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Ressoar a pergunta: o que vem a ser o Txaísmo? – Idjahure Kadiwel e Lucas Canavarro(Brasil)
“Ressoar a pergunta: o que vem a ser o Txaísmo?” tece uma rede de diálogos invisíveis a partir da pergunta presente em seu título.
Considerando o mistério em torno da palavra Txaísmo, que procura designar as políticas de alianças entre indígenas e não-indígenas, a palestra-performance estende a questão a um conjunto de agentes dessa teia, amplificando suas implicações e contradições éticas. Ressoar é um método de transmutação polifônica da própria pergunta, que deixa que seus ecos sejam ouvidos, como se fossem respostas.
Texto e performance: Idjahure Kadiwel e Lucas Canavarro | Edição de vídeo: Lucas Canavarro | Vozes adicionais: Anna Dantes, Gustavo Caboco, Marlui Miranda, Nana Orlandi e Rita Sales Huni Kuin
Exibição: de 02 de fevereiro (18h) a 06 de fevereiro (18h).
Duração: 30 minutos
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